domingo, 14 de dezembro de 2025

PANDEMIA MAIS LETAL QUE A COVID-19

 


Especialistas em saúde pública alertam que o mundo pode, em algum momento, enfrentar uma pandemia mais letal que a da covid-19. O epidemiologista americano Michael T. Osterholm classifica esse risco como uma "bomba biológica" capaz de causar impacto devastador à população global.

No livro que escreveu com Mark Olshaker, Osterholm expõe um exercício teórico, porém plausível, sobre como uma nova pandemia poderia emergir e se disseminar rapidamente. A análise incorpora lições de surtos anteriores e ressalta como agentes infecciosos atravessam fronteiras num mundo altamente interconectado.
Segundo o autor, o surto hipotético teria início com a morte de um único bebê na região de fronteira entre Quênia e Somália.
Um profissional de saúde local, ao atender a criança, se tornaria inadvertidamente um "supertransmissor". Em pouco tempo, o patógeno se espalharia por aldeias, alcançaria grandes cidades e, em seguida, outros continentes.
Osterholm afirma que o impacto seria avassalador, com possibilidade de mais de sete milhões de mortes apenas nos Estados Unidos e um número muito maior globalmente. "Será como se o mundo estivesse em chamas novamente", diz o epidemiologista.
O livro cita também o alerta do prêmio Nobel Joshua Lederberg: "Bactérias e vírus não conhecem soberanias nacionais.
Por mais egoístas que sejam nossos interesses, não podemos permanecer indiferentes ao sofrimento alheio. O microrganismo que atingiu uma criança num continente distante ontem pode chegar ao seu país hoje e provocar uma pandemia amanhã".
Os especialistas enfatizam que enfrentar uma crise desse porte exigiria vacinas eficazes e mecanismos para ampliar rapidamente a produção em escala global. Ressaltam ainda a importância da cooperação internacional, embora reconheçam a dificuldade prática de alcançar esse nível de coordenação entre países.
Osterholm também chama atenção para a forma como recursos costumam ser alocados: grandes verbas vão para defesa nacional e ameaças humanas, enquanto riscos microbianos ficam subestimados.
"Não é exagero dizer que estamos em perigo constante por inimigos microbianos, muito mais do que por inimigos humanos", alerta.
Os autores não buscam prever exatamente quando ou como um evento assim ocorreria, mas demonstrar como um surto localizado pode rapidamente se transformar em crise global se medidas preventivas e coordenação internacional não forem priorizadas. O alerta ressalta a vulnerabilidade das sociedades modernas diante de novos patógenos.

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