domingo, 28 de dezembro de 2025

CALENDARIANDO - POR: CARLOS EDUARDO SANTOS

 


Calendário de folhinhas

Depois das festas dezembrinas há, em muitos de nós, uma busca intensa por um utensílio, até decorativo, que facilite nossa orientação. Tem tanto valor quanto o relógio. Torna-se elemento de grande utilidade nas residências e escritórios: o calendário.

E qual a origem da denominação: calendário e os porquês de sua adoção pela humanidade?

A palavra “calendário” se origina do latim: calendarium, que significava o “Livro de Contas”; ou seja aquele onde se atualizavam os pagamentos e recebimentos, começando no primeiro dia de cada mês e agrupando-se os demais, em sequência matemática.

Daí vem a ideia de um registro do tempo: o “Livro de Contas” organizado. Na sequência, passou-se a registrar as estações e os ciclos naturais, havendo a necessidade de se controlar o tempo através de cadernos, que foram sendo adotados, não somente pelos homens de negócio, mas pelas escolas e famílias.

Nos tempos de meu avô circulavam nas casas de família e escritórios, as “Folhinhas”. Eram calendários sui-generis apresentados em um pequeno bloco, com 365 páginas que a cada dia, eram retiradas do bloquinho, aparecendo nova data.

Vivi o tempo em que nos finais de ano a gente comparecia às livrarias para comprar um bloco de “Folhinhas”, e nas farmácias das quais éramos clientes, recebíamos gratuitamente o “Almanaque Capivarol”.

Almanaque Capivarol

O almanaque era uma publicação distribuída pela indústria do tônico farmacêutico “Capivarol”, que era fabricado com o óleo da gordura de um animal chamado capivara e servia para alívio de qualquer dor. O produto não faltava na “farmacinha” que havia na casa dos meus pais.

Mamãe – sempre brincalhona – costumava dizer que o elixir “Capivarol” eliminava até “dor de corno”.

O folheto era bastante atrativo porque continha informações sobre curiosidades, receitas domésticas, horóscopos, ditos populares e anedotas, servindo como um documento cultural da mais alta valia para colecionadores e a própria História de cada região do Brasil.

O tempo e a evolução dos meios de comunicação, porém, não fizeram desaparecer, de todo, os calendários, que passaram a ser adaptados à modernidade.

Compramos, em 1961, um marcador eletrônico, de cabeceira, um rádio-relógio calendário “Philco” – que indicava a data e a hora, além de servir como despertador musical.

Rádio-relógio “Philco”

Ainda hoje tenho o cuidado de obter, junto ao meu Banco, um desses calendários de propaganda, onde a gente pode ir passando as folhas, mês a mês.

Outro dia, nas minhas buscas, encontrei os porquês dessa tão útil peça e descobri, através de vários livros, que calendários de papel existem desde os tempos antigos; ou seja: há mais de 400 anos e jamais caiu de moda.

Os Sumérios, 2.700 anos antes de Cristo, se orientavam com calendários lunares, que foram aprimorados por Caldeus e pelos Egípcios, que inventaram um outro, o lunar, mais preciso, até que surgiu o Calendário Gregoriano, instituído pelo Papa Gregório XIII, em 1582.

O mesmo sacerdote, considerado um sábio, aperfeiçoou o Calendário Juliano, em 1582, criando o sistema atual, para aproximar o ano civil do ano solar, com regras precisas para os anos bissextos.

Assim, cheguei à conclusão que na versão utilizada globalmente, o calendário atual é um legado de diversas civilizações.

Em suma, a contagem dos dias que formaram o calendário atual, ocorreu há 440 anos. Faz muito tempo que desejo divulgar estes fatos com meus leitores e contar aos meus bisnetos.

Por isso, estivemos juntos, aqui, “calendariando”.

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